por Apolinário

Uma senhora humilde de 65 anos, aposentada, faz um suco na sua casa, compra um saco plástico para geladinhos, congela esse suco, coloca numa embalagem de isopor vai até a rodoviária do plano piloto vende-los seus a passantes que, com sede e calor, de bom grado adquirem o geladinho da Dona Josefa.

O braço armado, violento e repressivo do Estado, pago por todos, deveria proteger comerciantes pacíficos como a dona Josefa do crime e da violência, prevenir roubos e assassinatos. No entanto, policiais militares e agentes de fiscalização comercial, pagos pelos impostos da própria Josefa, agindo a mando do governo, preferem proteger o interesse corporativo monopolista dos permissionários que alugam as lojinhas da rodoviária da concorrência. Não acho que seja para isso que eu pago impostos.

Abordaram Josefa, no modus operandi truculento e agressivo padrão desses que internalizam a superioridade torpe dada a eles por lei (o crime de desacato deveria acabar já). Tomam de dona Josefa sua mercadoria, seu complemento de renda, destroem um alimento perfeitamente viável para consumo. Mais do que isso, matam Dona Josefa. A violência e truculência injustificáveis na abordagem ocasionaram uma parada cardiorrespiratória nela. Ela batalhou por sua vida por um dia, e faleceu hoje, dia 26/02. Dia que não pode ser esquecido.

A repressão violenta a pessoas pacíficas mata muito todo dia no Brasil. E isso precisa mudar, e rápido. Mudar a polícia, mudar a forma como são tratados comerciantes informais, mudar o corporativismo no qual o Brasil está mergulhado.

Mas eu não quero ficar parado vendo e esperando isso acontecer.

Por isso, não posso mais procrastinar esse projeto, que já tenho há um tempo: venho aqui convocar pessoas de quaisquer profissão e formação para ajudar em projeto voluntário:
Vamos lançar uma aplicação móvel, equivalente ao Waze, em que passantes, vendedores ambulantes, camelôs, barraquinhas de cachorro quente possam avisar, de forma descentralizada, onde está tendo fiscalização que objetiva repressão de comércio informal pacífico. Dessa forma essas pessoas poderiam evitar essas localidades e montar seus barraquinhas em lugares seguros. A aplicação não seria ilegal, tal como o Waze não é. E é uma forma de desobediência civil pacífica em prol daqueles que mais precisam.

Quem tiver interesse nesse projeto comenta aqui, e marca os amigos. Depois eu vou criar um grupo para prosseguirmos com esse projeto. Por ora, a tristeza.

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