Homens contra a violência machista

jul 21, 2015 | Ativismo, Notícias | 2 Comentários

Cada vez mais vêm ganhando força, em diversos países, as bandeiras levantadas pelo movimento feminista. A estrutura patriarcal, os papeis predefinidos de gênero e o sexismo são algumas das questões que pautam a atividade destes grupos de mulheres no século XXI.
Entretanto, questionamentos desssa ordem já não são exclusividade delas. Pouco a pouco, os homens heterossexuais e cisgêneros incluídos também começam a trazer para seus ambientes o debate e a problematização de sua posição na sociedade. Um bom exemplo deste processo é o Coletivo de Homens Antipatriarcais, da Argentina.

Sob o lema “Nem machistas, nem fascistas”, o grupo surgiu há cinco anos na cidade de La Plata. Hoje, eles se agrupam sob os mesmos princípios em diversas localidades portenhas, inclusive na capital Buenos Aires. O objetivo principal é desconstruir os parâmetros culturais que determinam o que é ser homem e como este deve se vincular a outros homens, a mulheres, a transgêneros, etc. Segundo Márcia Veiga (2010, p. 50), “distinções de gênero não raro se transformam em relações desiguais entre o masculino e o feminino em todos os campos da vida social: nos corpos, nos discursos, nos conhecimentos, nas leis”. A discussão é contínua e infinita, como declaram os integrantes em entrevista à revista virtual Geni: “O patriarcado e o machismo estão em práticas cotidianas invisíveis, por isso estamos neste espaço, para trazê-las à tona. O tema de outras corporalidades, de outras identidades, ainda é difícil de abordar.”

Sob o ângulo da semiótica da cultura, podemos então afirmar que o Coletivo de Homens Antipatriarcais agencia processos de reconfiguração de sentidos em no mínimo dois âmbitos distintos: primeiramente, no espaço do sistema cultural hegemônico na sociedade, por serem homens que tensionam e desconstroem o seu papel social privilegiado; em segundo lugar, dentro do contexto específico das militâncias de gênero, por ser um grupo totalmente masculino realizando um conjunto de questionamentos que são majoritariamente desempenhados por mulheres.

 

REFERÊNCIAS

Colectivo de Varones Antipatriarcales. http://colectivovaronesantipatriarcales.blogspot.com.br/. Acesso em 01 de dezembro de 2014.

Nem machistas, nem fascistas. http://revistageni.org/07/nemmachistasnemfascistashomensantipatriarcaisdaargentina/. Acesso em 01 de dezembro de 2014.

MACHADO, Irene. Escola de semiótica – A experiência de Tártu Moscou para o estudo da cultura. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

VEIGA, Márcia. Masculino, o gênero do jornalismo: Um estudo sobre os modos de produção das notícias. Dissertação de mestrado. Porto Alegre: UFRGS, 2010.

 

TEXTO

Ramiro Simch.

2 Comentários

  1. He DC Desenvolvedor

    Excelente combater a violência machista. Ainda mais com ajuda dos que seriam privilegiados se aceitassem, pois reconhecem que direitos devem ser iguais!

    Responder

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Pular para o conteúdo