Em 2008, o blogueiro iraniano Hossein Derakhshan foi preso por liderar um movimento contra a censura no Irã. Seis anos depois, ao sair da cadeia em novembro de 2014, voltou a acessar a internet e sentiu uma mudança significativa no mundo digital: o predomínio das redes sociais.
“Seis anos é muito tempo para estar atrás das grades, mas é uma era inteira em termos online” escreveu ele no texto “The Web We Have To Save” (A internet que devemos salvar), publicado em julho.
Derakhshan critica, em especial, a predominância do Facebook na cultura da internet. Para ele, a internet se tornou muito parecida com a televisão, onde ocorre uma valorização maior do vídeo do que dos princípios originais de sua criação.
Em sua época, a navegação na internet era conduzida por hiperlinks (páginas interligadas por assuntos em comum). Atualmente, as informações são encontradas por algoritmos de redes sociais. “A web nos encorajava a raciocinar, a ler e nos surpreender. As mídias sociais e os algoritmos nos deixam preguiçosos. Também silencia minorias e visões minoritárias”, disse o iraniano.
Para Derakhshan, a internet que foi construída em hiperlinks está ameaçada pelas mídias sociais e aplicativos móveis, o que, para ele, dificulta a difusão de conhecimento na rede. “Escrever é mais fácil, mas ser lido é muito mais difícil”, explica Derakhshan.
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