Vamos falar sobre psicofobia

abr 12, 2017 | Ativismo, Notícias | 0 Comentários

Falar de um preconceito, dentre tantos que existem, é sempre um desafio contra a normatização social, porque muitas pessoas contradizem o preconceito diminuindo ou eliminando sua relevância com frases do tipo “ah é frescura”, “é só uma piada”, “você não tem senso de humor?”, e assim por diante.

Dentre tantos preconceitos que vemos por aí o tempo todo, racial, de gênero, xenofobia, dentre outros, raramente vemos alguém levantar bandeira ou dizer com orgulho que defende causas e bandeiras como a neurodiversidade ou a luta contra a psicofobia – o preconceito relacionado aos transtornos e distúrbios psicológicos que tantas pessoas sofrem ao nosso redor, embora não percebamos. Esse parece ser um fantasma escondido e naturalizado que assombra apenas quem possui depressão, ansiedade, síndromes e transtornos mentais em geral; ele é silencioso e muito cruel. Muito se fala sobre manicômios e como eles servem funções sociais nocivas, mas pouco ainda se fala sobre as pessoas que não se enquadram no que é considerado “normal” psicologicamente falando.

A psicofobia pode se manifestar, muitas vezes, por meio de atitudes veladas, ou seja, “silenciosas”, mas os danos que pode provocar são muito sérios, pois quem a pratica cria estigmas e faz julgamentos próprios sobre a pessoa em situação de vulnerabilidade psíquica, tudo isso porque desconhece as dificuldades e as lutas diárias das pessoas que sofrem com distúrbios mentais, ou mesmo das pessoas que são apenas diferentes psicologicamente falando (como as que se encontram no espectro autista), mas que não possuem nada ali para ser tratado, curado ou trabalhado para que suas vidas se tornem mais leves. Então, como combater este tipo de preconceito nos espaços públicos e privados, seja nas empresas, mesas de bares ou ambientes familiares?

o combate eficiente contra esse tipo de preconceito somente poderá ser enfrentado com eficiência se houver a luta política, reconhecimento da causa.Se faz pensando em como as palavras estão sendo usadas, porém o estigma somente será erradicado se houver respeito o que demanda um longo processo de aceitação desde que essa aceitação pessoal não vire arma nas mãos de outras pessoas.

Desde que o mundo é mundo, tem gente com distúrbios mentais andando por aí. Mas, por algum motivo, as pessoas acham que ter algum transtorno é algo fora do normal, que pessoas com distúrbios mentais não conseguem encontrar um lugar na sociedade. Na realidade, a gente se assustaria se olhasse com mais atenção pra quantidade de pessoas “diferentes” que contribuíram significativamente para a história da humanidade. Vide Sabine Spielrein, passou de paciente de Carl Jung a psicanalista, escritora e criadora de conceitos inéditos do campo psicanalítico.

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