Pirataria na Angola causa problemas para projetos de Facebook e Wikipedia ’Zero’

jun 11, 2016 | Artigos e Publicações, Ativismo, Notícias | 1 Comentário

O Facebook e a Fundação Wikimedia, em acordo com operadoras locais e o governo da Angola, têm dado aos angolanos livre acesso aos seus sites através de conexões móveis de banda larga sem custo. O projeto Facebook Zero é uma iniciativa realizada pela empresa de serviços de rede social de Mark Zuckerberg, em colaboração com provedores de Internet baseados em telefonia móvel, em que os prestadores renunciam encargos de uso de dados (banda larga) para acessar o Facebook em telefones através de uma versão simplificada, baseada em texto, para celular (em oposição ao m.facebook.com, o website celular comum, que também carrega fotos).

Propaganda em Angola da empreitada de Zuckemberg

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A versão reduzida está disponível on-line através de fornecedores que tenham entrado no acordo com o Facebook. As fotos não são carregadas por padrão, porém os usuários ainda podem escolher visualizá-los através de tarifas de dados regulares que se aplicam ao uso da foto. Já o Wikipedia Zero é um projeto da Fundação Wikimedia, para fornecer o site Wikipédia de forma gratuita em telefones móveis sem custo de conexão, particularmente nos países em desenvolvimento. O programa, baseado na proposta do Facebook, foi lançado em 2012, e ganhou o prêmio para ativismo do SXSW Interactive 2013. O objetivo do programa é aumentar o acesso ao conhecimento livre: em particular, sem custo no uso de dados de conexão com a internet.

Porém, como essa “internet” não permite acesso para o resto da internet, naturalmente os angolanos começaram a esconder filmes e música pirateados em artigos da Wikipédia e linkando-os em grupos fechados no Facebook, criando assim uma rede de compartilhamento de arquivos totalmente livre em um país onde os dados de internet móvel são extremamente caros. É um uso inegavelmente criativo de dois serviços que foram supostamente projetados para dar as pessoas algum tipo de acesso à Internet no mundo considerado por essas empresas como estando “em desenvolvimento”.

Mas agora que os angolanos estão causando dores de cabeça para os editores da Wikipédia e da Fundação Wikimedia, ninguém tem certeza o que fazer sobre isso.

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