Opinião PIRATA » Reflexões a Barlavento, por Flávio Secco Alencar

mar 1, 2014 | Artigos e Publicações, Compartilhamento de arquivos, Destaque, Opinião PIRATA, Organização | 0 Comentários

Texto originalmente publicado na rede social.pirata.org em 20/02/2014

Foto: uma embarcação do tipo traquete no mar

Um tradicional traquete

Entrei de gaiato no navio; mas não entrei pelo cano.

O primeiro contato que tive com o PIRATAS, então PPBr, foi através do Marcos, Coordenador Nordeste em exercício. Me convidou em um grupo de Facebook; era Junho de 2012, pouco menos de dois meses antes da Convenção em que se fundou o partido.

Taí, pensei; essa galera tem uma ideia interessante; se realmente pudermos pautar a ação de um político pelo debate entre aqueles que o elegeram, mudaremos o paradigma, o estigma da democracia brasileira.

Alguns papos no S.I.M. (Sistema Integrado de Membros) e lá estava em Recife, conhecendo, debatendo e confraternizando com um bocado de gente bacana, cujo objetivo era uno: participar ativamente da vida política nacional e erradicar a “tradição” de ser eleito pelo povo e governar em proveito próprio.

Em tempo me imiscuí na conversa; o S.I.M deu lugar à rede Social Pirata e passamos a deliberar no Loomio; meu pé atrás, o medo de que as coisas girassem apenas em torno das questões virtuais, deu um passo adiante ao perceber a diversidade dos debates e a Cultura Pirata em situações inusitadas.

Após a chegada dos europeus em caravelas, as canoas foram adaptadas de forma a incluir aquele sistema de propulsão. “As anteriores a 1500 eram impulsionadas por varejões e remos, já que as velas e os mastros foram as primeiras adaptações importantes nas canoas brasileiras, trazendo os lemes e as bolinas em muitas delas, como consequência“.

Foto: garrafas pet cheias de sementes em uma prateleira

Banco de sementes

Os Bancos de Sementes recebem e multiplicam sementes crioulas, não modificadas, de forma a preservar a cultura, a biodiversidade e garantir a independência, para os agricultores, dos “fabricantes de sementes” como a Monsanto.

Os pirateamentos do traquete e das sementes permitiram, respectivamente, avanços à navegação e à soberania alimentar de determinadas comunidades; cada qual a seu tempo. Lutamos pelo pirateamento da democracia; nos cabe suplantar a mera representatividade e implementar um modelo inclusivo, de ampla participação popular.

Angariamos fundos entre cidadãs e cidadãos dispostos a construir uma alternativa genuína; usamos este recurso para cobrir os custos exorbitantes do ingresso no jogo; publicamos os documentos necessários e estamos preparados para iniciar a famigerada coleta das assinaturas.

É muito importante, pois, que os Coletivos Piratas Estaduais cumpram os ritos burocráticos, a exemplo de São Paulo, e se credenciem a apresentar as assinaturas aos Tribunais Regionais Eleitorais.

O tempo ruge – arrrrr!, e urge, considerado o prazo, para coleta e validação deste meio milhão de firmas, em Outubro do ano que vem.

Levantar a bujarrona, marujos; o vento sopra a favor e insufla as velas desta embarcação; singramos o Atlântico rumo à formalização; é hora de pilhar a infame política nacional!

É um prazer navegar com vocês, Piratas.

Arrrrr!

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