Google admite que usuários do Gmail não têm privacidade

ago 15, 2013 | Notícias | 1 Comentário

Google admite que usuários do Gmail não têm privacidade

 

Agência Estado

Google admitiu, por meio de um documento apresentado por seus advogados em uma ação judicial nos Estados Unidos, que os usuários do Gmail não podem ter uma expectativa razoável de que a confidencialidade de seus e-mails seja respeitada, segundo o jornal britânico The Guardian.

“O Google finalmente admitiu que não respeita a privacidade”, disse John Simpson, diretor do grupo de defesa dos direitos do consumidor Consumer Watchdog. Ele qualificou o documento como “uma admissão assombrosa” e afirmou que as pessoas deveriam tomar como verdade o que eles dizem. “Se você respeita a privacidade de seus correspondentes, não use o Gmail”.

Um exemplo de como os e-mails são “lidos” pelo Google é a publicidade dentro do Gmail. Segundo o Google, nenhum e-mail dos usuários é lido por humanos. O que acontece, na prática, é que os robôs do Google (por meio de algoritmos) escaneiam o conteúdo das mensagens enviadas e recebidas para oferecer anúncios. De acordo com a empresa, isso está bem claro nos termos de privacidade e uso do Gmail.

Ação judicial

O Google apresentou o documento junto com uma petição para que seja arquivado um processo movido contra a empresa por grupos de defesa do consumidor. Segundo os reclamantes, o Google “abre, lê e adquire ilegalmente o conteúdo das mensagens privadas de e-mail das pessoas”. “Sem o conhecimento de milhões de pessoas, diariamente e durante anos, o Google tem, sistemática e intencionalmente, atravessado a ‘linha assustadora’ para ler mensagens privadas que você não quer que ninguém conheça, e adquirir, coletar ou garimpar informações valiosas daquele correio”.

Para os advogados do Google, os reclamantes estão “fazendo uma tentativa de criminalizar práticas de negócio corriqueiras” e que “todos os usuários do e-mail devem, necessariamente, esperar que seus e-mails sejam submetidos a processamento automático”. Simpson, por sua vez, disse que “enviar um e-mail equivale a entregar uma carta à agência do Correio. Eu tenho a expectativa de que o Correio envie a carta ao endereço do destinatário que está escrito no envelope, e não que o Correio abra e leia a carta”.

Outro lado

O Google Brasil divulgou a seguinte nota: “Levamos a privacidade e a segurança de nossos usuários muito a sério; os relatórios recentes que afirmam o contrário são simplesmente falsos. Nós integramos as melhores ferramentas de segurança e privacidade do mercado ao Gmail – e estas proteções se aplicam a qualquer email recebido por um usuário de Gmail.”

(Colaboração: Mariana Congo / Texto atualizado às 18h41 para inclusão de informações)

 

fonte da noticia aqui reproduzido integralmente.

1 Comentário

  1. Renan Zambon Braga

    Primeiramente, dentro todos os partidos brasileiros, o Partido Pirata é o que mais me identifico, por atuar nos moldes de seus predecessores internacionais. Todavia, a notícia publicada pelo Consumer Watchdog interpretou erronamente – por malícia ou erro de interpretação, apesar de temer tratar-se da primeira alternativa – a “declaração” da Google no processo em questão.
    O artigo do The Verge resolve a questão muito melhor do que eu poderia pretender explicar ( http://www.theverge.com/2013/8/14/4621474/yes-gmail-users-have-an-expectation-of-privacy ), mas apenas para frisar o (não)motivo de todo alarde:
    “(…) Apesar de os impetrantes não-[usuários] do Gmail não estão vinculados aos termos contratuais do Google, de qualquer forma eles implicam consentimento às práticas do Google pelo fato de que todos usuários de email precisam necessariamente esperar que seus emails serão sujeitos a processamento automatizado.”. Toda declaração está dentro da sessão “Não-usuários do Gmail”. Os usuários de fato da Google, por outro lado, estão sob a política de privacidade unificada da Google.
    Fontes, pessoal! A verdade em primeiro lugar.
    Att.

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