Equador prende Ativista da Privacidade Digital e Programador por “colaborar” com WikiLeaks

abr 12, 2019 | Notícias | 0 Comentários

texto por Matt Novak do canal Gizmodo, link original aqui

foto por Jesper Rønn-Jensen/Flickr/Creative Commons License

A Polícia do Equador prendeu o programador sueco e ativista pela privacidade digital Ola Bini por alegadamente tentar desestabilizar o Governo Equatoriano ao “colaborar” com o Wikileaks. Bini foi preso no aeroporto de Quito no Equador quando ia para o Japão.

O Ministro do Interior do Equador, Maria Paulo Romo, não forneceu o nome de Bini quando anunciou a prisão, mas disse que a pessoa era procurada com “propósitos investigativos”. A prisão de Bini está provavelmente conectada com as afirmações feitas mais cedo esse mês pelo Presidente do Equador Lenin Moreno que suas mensagens privadas e fotos foram vazadas para o Twitter e o Facebook. O vazamento foi alegadamente parte de uma trama de suborno que ainda não foi plenamente explicada pelo governo equatoriano.

“Já faz muitos anos agora, que um dos principais membros da organização Wikileaks e a pessoa mais próxima de Julian Assange vive no Equador e nós temos evidencias suficientes que eles esteve colaborando com as tentativas de desestabilização contra o governo”, disse Romo em uma conferência de imprensa na última noite.

Romo alega que Bini trabalhou com “dois hackers russos” que também vivem no Equador, mas não está claro se há mais alguém que tenha sido detido conectado com esse caso até o momento. Romo afirma que suas descrições foram enviadas para os promotores responsáveis pelo caso.

As notícias de prisão de Bini vieram coladas cara a cara com a dramática detenção ontem de Julian de Assange. O co-fundador do WikiLeaks foi fisicamente removido pela polícia Britânica da Embaixada do Equador em Londres depois de gastar quase sete anos pedindo por asilo. Assange foi acusado pelo Departamento de Justiça Norte-Americano por “conspiração ao cometer intrusão de computador” ao supostamente ajudar Chelsea Manning, uma whistleblower, a quebrar a senha de um computador controlado pelo Exército Norte-Americano. A tentativa falhou.

A prisão de Bin no Aeroporto de Quito está sendo vista em alguns círculos midiáticos como uma tentativa de “fugir” para o Japão, mas a sua viagem de duas semana havia sido anunciada em seu Twitter pessoal mais cedo essa semana, bem antes da prisão de Assange. Bini é um fã de artes marciais que estava supostamente viajando para o Japão para treinar o estilo de artes marciais da organização Bunjinkan, de acordo com o site de mídia independente “the Peoples’ Dispatch”.

Os últimos tweets de Bini antes de ser preso foram sobre as afirmações do Equador de que eles estavam procurando hackers russos no país.

“Notícias muito preocupantes – isso parece uma caça as brucas pra mim”, tuitou Bini.

Bini, que pelos relatos oficiais viveu no Equador por “muitos anos”, é o autor e co-autor de vários livros de programação de computador sobre Ruby on Rails. Bini visitou Assange na Embaixada Equatoriana em Londres em “diversas” ocasiões, pelo menos de acordo com Romo.”

Nós não vamos permitir que o Equador vire um centro de ação hacker”, disse Romo. “E nós não podemos permitir que atividades ilegais ocorram nesse país, seja para prejudicar cidadãos ou aqueles de outros países ou de algum governo”.

Assange está encarando extradição para os Estados Unidos e tem uma audiência em Londres em cerca de quatro semanas. Mas ainda não está claro se Bini será acusado de alguma coisa. Tudo que nós sabemos é que a relação do Wikileaks com o Presidente Donald Trump azedou.

De acordo com algumas contas, Presidente Trump elogiou WikiLeaks pelo menos 141 vezes. Mas Trump está fingindo que ele não sabe o que é o Wikileaks mais.

Acusações formais contra Bini ainda não foram feitas até onde podemos dizer. Ainda não está claro se ele tem algum acesso a advogados ou assistência de sua embaixada como cidadão da Suécia.

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