A ativista e advogada Tamara Adrian, 61 anos, foi eleita deputada suplente pelo partido Vontade Popular com apoio da coligação opositora do país, a Mesa da Unidade Democrática (MUD).
Aos 15 anos, Tamara iniciou o tratamento hormonal, e em 2002 realizou a cirurgia de mudança de sexo. Desde então, ela pede ao governo venezuelano a mudança de sua identidade – na qual ainda consta Tomás Adrian -, porém mais de dez anos depois ainda não teve resposta. Para ela, esse é sinal de um governo excludente e homofóbico.
— São 12 anos de silêncio. Meu caso está no limbo — diz
Tamara, que não pode ser reconhecida legalmente como mulher diante das leis venezuelanas, disse em entrevistas concedidas após a sua vitória que pretende dar visibilidade às questões do movimento LGBT com o apoio de deputados da oposição.
— Minha candidatura abre as portas para aquilo que o governo e o PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) tinham se negado a aceitar durante todo este tempo — disse a professora de direito, em entrevista coletiva .
Ela é a primeira legisladora trans nas Américas em esfera federal e a quarta a ser eleita no mundo – após Georgina Beyer na Nova Zelândia, Vladimir Luxuria na Itália e Anna Grodszka na Polônia.
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