‘Underground’ traz adolescência de Julian Assange como hacker

jan 13, 2015 | Destaque, Notícias | 1 Comentário

Muito antes de Julian Assange ser conhecido como fundador do WikiLeaks, ele foi um ativista hacker, conhecido pelo codinome de Mendax. O filme Underground parece expor esse lado de Assange, mesmo com a atenção da mídia sobre ele se mantendo com proporções épicas.

Underground, que estreou no Toronto International Film Festival e que vai ao ar no Australia’s Network Ten ainda esse ano, é um estudo de como Assange se tornou Assange. Baseado no livro de Suelette Dreyfus, de mesmo nome (Underground), o filme mostra como um adolescente de Melbourne se tonou membro de um dos maiores grupos internacionais de hackers subversivos no final dos anos 80 e que primeiro apareceu no radar das autoridades de todo o mundo.

“Tinha uma brincadeira, de quando estávamos trabalhando no roteiro, de que nossa história é como a origem de um super heroi, de modo que o heroi percebe que ele tem superpoderes, mas ainda precisa perceber que ele pode salvar o mundo com eles”, disse o diretor Robert Connolly, que também escreveu o roteiro, a Wired. “Nós trabalhávamos com a ideia de um jovem incrivelmente talentoso. Quando e porquê ele se transformou no homem que dedicou sua vida ao WikiLeaks?”

O filme, que conta com a estrela de Without a Trace, Anthony LaPaglia, como um detetive que investiga Assange e com o novato Alex Williams interpretando o protagonista, está chegando no momento certo. O fundador do WikiLeaks está escondido na embaixada do Equador, em Londres, tentando evitar a extradição para a Suécia, onde enfrenta acusação de crimes sexuais e o medo de ser enviado para os Estados Unidos, onde poderia enfrentar acusação sobre as publicações no WikiLeaks de conteúdo classificado como telegramas diplomáticos.

Sua vida como data-dumper internacional foi descrito em muitos documentários e especiais de TV. Pelo menos mais um, do ganhador de Oscar Alex Gibney, pode estar para sair, e tanto a Dreamworks e quanto os produtores Barry Josephson e Michelle Krum tentam adaptar livros sobre Assange.

O filme de Connolly é a primeira narrativa dramática sobre Assange que chega a tela de cinema.
“Acho que existe muitas pessoas falando e projetos em desenvolvimento e muitos livros a respeito, mas é excitante ser a primeira exploração dramática sobre esse homem”, disse Connolly em Toronto.

A chance de ter liberdade artística na história de Assange – Dreyfus foi consultora durante a criação do roteiro, mas o fundador do WikiLeaks nunca se envolveu – deu a Connolly certa imunidade. Mas, embora ele possa ter se valido de hipóteses sobre o que aconteceu entre o hacker e seus irmãos subversivos internacionais, “o jovem Julian Assange não roubou nada quando ele era hacker”, disse Connolly, “Eu não posso mudar isso.”

Underground mergulha fundo nas influências que levariam o jovem hacker a fundar o Wikileaks, e explora a vida de um homem perseguido por autoridades antes mesmo de sair da adolescência. Uma dessas coisas é a sua relação com sua mãe Christine Assange (interpretada por Rachel Griffiths, de Six Feet Under), que viu seu brilho e comprou-lhe um Commodore 64 e, no filme, se compromete bastante para proteger seu filho. O outro foi o período de tempo em que ele cresceu e se tornou politicamente consciente – após a queda do Muro de Berlim, à beira da primeira Guerra do Golfo, e antes que alguém soubesse o termo “ponto-com”.

Para interpretar o Assange adolescente, Connolly tinha de encontrar um ator de uma geração que não se lembra do tempo antes da web. Williams, que interpreta o jovem hacker, nasceu um ano após os acontecimentos do filme. O nativo de Perth foi descoberto pela esposa de Connolly e diretor de elenco Jane Norris, que pegou-o dos recém-graduados da Academia de West Australian Performing Arts. Considerando as semelhanças de Williams com Assange, provavelmente ele teve a sorte de se parecer com ele, na epoca em que ele fez tudo o que fez, de acordo com Connolly, “[minha esposa] disse, ‘Ele não é sortudo, nós que tivemos a sorte de tê-lo encontrado.”

Embora o ator tenha estudado um pouco do vídeo de seu compatriota Assange para pegar o jeito de sua personagem, ele não foi muito longe e manteve em mente que o Assange de hoje provavelmente não é tão parecido com o seu homólogo adolescente. Ele, no entanto, teve que aprender o que é um Commodore 64 e como operá-lo.

“Eu nunca tinha visto um desses antes na minha vida!” Williams disse a Wired. “Aqui estou eu sentado com meu iPhone e você volta no tempo, vê a evolução do mesmo e onde tudo veio, e as pessoas que foram pioneiras na criação do hacker e da programação, e é uma cultura tão legal.”

Williams é também o primeiro ator a representar o fundador do WikiLeaks – se você não considerar a imitação do Bill Hader pro Saturday Night Live. Indiferente ao que aconteceu com a extradição de Assange, ele ainda é como um pára-raios. Williams está preocupado em ser rotulado como um denunciante online para sempre? Na verdade, não.

“Para mim é um grande personagem, seja na imprensa ou não”, disse Williams. “Eu não estou muito preocupado em ser rotulado, ou ser perseguido pelos EUA”.

[Tradução livre do texto de Angela Watercutter, publicado na Wired]

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1 Comentário

  1. KaNNoN

    Se há um filme obrigatório sobre o WikiLeaks e Assange o nome é MEDIASTAN!
    Imperdível!

    Responder

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