Piratas nas eleições legislativas municipais da Espanha

maio 25, 2015 | Eleições, Notícias | 0 Comentários

Ontem, dia 24 de maio, foi dia de eleições municipais na Espanha. Partidos pirata integrantes da Confederación Pirata disputaram cargos municipais em mais de trinta cidades espanholas, levando adiante as bandeiras de Direitos Humanos, democracia direta, cultura livre, economia do bem comum, entre outras. Muitas das candidaturas das quais participaram piratas foram candidaturas cidadãs ou frentes de partidos e pessoas independentes.

 

Eleições na Espanha

São quatro os tipos de eleições na Espanha: gerais, locais, para o Parlamento Europeu e as eleições para o âmbito legislativo nas comunidades autônomas. A Constituição Espanhola de 1978 garante uma divisão do território nacional em comunidades que gozam de certa autonomia legislativa e representações próprias, além de algumas competências administrativas e executivas distintas das do Estado, desde que em conformidade com o ordenamento jurídico constitucional em nível nacional. São dezessete comunidades mais duas cidades autônomas (Ceuta e Melilla). Dessas dezessete, treze realizam eleições para seus respectivos parlamentos de quatro em quatro anos e no mesmo dia, que é o quarto domingo de maio do ano anterior a um ano bissexto, enquanto as outras quatro escolhem a data das eleições. Para dar alguns exemplos: em Andalucía, foram realizadas as eleições parlamentares no dia 22 de março deste ano; tanto no País Basco quanto na Galicia, as últimas votações ocorreram no dia 21 de outubro de 2012.

 

Piratas nas candidaturas

Um sistema de listas eleitorais é usado para as eleições parlamentares das comunidades autônomas. Seis candidaturas tiveram piratas como líderes da lista. O pirata Alberto Carreira liderou a lista da EQUOPiratas, coalizão formada entre Piratas de Galicia e EQUO, com um programa fortemente focado no empoderamento.
Dario Castañé, membro do Pirates de Catalunya, concorreu pela Decidim Igualaba, cujo programa tem como pilares a economia do bem comum, igualdade, um processo constituinte catalão, sustentabilidade das cidades, transparência e participação. Dario participa de iniciativas internacionais que visam a instauração da Renda Básica Incondicional, a defesa e ampliação dos direitos civis e a difusão de cultura livre.
A lista para a cidade catalã de Mollet del Vallès tem Hernán Torrella na frente, ativista do coletivo pirata local. Como a lista é do Partido Pirata, seu programa eleitoral está integralmente baseado no programa de Pirates de Catalunya.
Carlos González concorreu pela Comú de Lleida, candidatura cidadã cujo programa estabelece medidas imediatas e de médio prazo que poderiam ser executadas para orientar o conselho municipal de Lleida para o bem comum, com uma gestão transparente e feita com participação cidadã, entre outras coisas.

 

A estudante Ariadna Hormigo milita no coletivo catalão Pirates de la Mitja Costa Brava e encabeçou a lista Pirates de Palamós – DM, que busca a democracia direta no município de Patamós.
Na Comunidade Valenciana, a lista Piratas de Onda foi liderada por Rubén Romero em outra candidatura integralmente pirata, que visa a implementação de um governo aberto, cidadão e transparente, além de possuir um forte compromisso na luta contra o acordo TTIP, enquanto a lista Totes Amb Burjassot, formada por cidadãos de Burjassot que lutam há anos por diversas pautas (principalmente a democracia participativa), teve como líder o pirata Adrián Juste, coordenador do Piratas de la Comunidad Valenciana. Mais informações (em espanhol) sobre as campanhas eleitorais, além de vídeos e imagens, podem ser encontradas neste artigo de Lorena Müller para o Pirate Times: Ahora Toca Piratas Ahora Tocas Tu.

 

Resultado das eleições

Ao todo, foram quatro pessoas eleitas da Confederación Pirata. Três dos líderes de listas eleitorais mencionados aqui foram eleitos como “regidores” (cargo legislativo municipal): Dario Castañé, Carlos González e Adrián Juste. Decidim Igualaba e Totes Amb Burjassot obtiveram apenas uma cadeira no conselho municipal com 6,39% e 6,27% dos votos respectivamente, sendo cada uma ocupada por quem liderou a lista. Já no caso da lista de González, Comú de Lleida, foram obtidas duas cadeiras com 7,55% dos votos. A quarta pessoa eleita foi Mercè Marzo, que apesar de não ter sido líder de sua lista, foi eleita “regidora” em Alella pela candidatura Gent’d Alella, coletivo que trabalha desde 2007 em defesa da transparência, da democracia direta e de novas formas de fazer política e somou 12,75% dos votos no domingo, ganhando duas cadeiras.
 

Assim, gostaríamos de parabenizar a Confederación e todas as candidaturas pelo desempenho eleitoral e pelo esforço em lutar por novas formas de se fazer política para a população espanhola.

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