O texto abaixo é opinativo e transmite a opinião do autor; não reflete a posição coletiva do partido.
Lembra-se daquela internet que você gostava? Em que você podia baixar arquivos tranquilamente, em que sua privacidade (ainda que aos trancos e barrancos) era respeitada, em que você não era tratado como terrorista porque compartilhou uma imagem de uma manifestação?
Ela pode acabar.
O risco iminente é o Marco Civil. Existe uma previsão de que ele seja votado semana que vem. Conforme publicizado pelo PIRATAS em nota, ele não mais apoia tal documento. Pontua-se que o Partido Pirata foi um dos criadores do documento original do Marco Civil. Depois de idas e vindas à Câmara dos Deputados, novamente o grande perigo para a liberdade da internet no Brasil vem à tona.
O Marco Civil, uma proposta que a priori caminhava para ser a consolidação da liberdade na internet, corrompeu-se com os jogos políticos. Fatores? Influência das teles, das operadoras, de lobistas… Enfim, de todo um aparato que enxerga na rede somente um modelo de negócio. Nesse caso, o monitoramento vira uma questão de business.
Piorando esse cenário, existe a questão, ainda mais grave, do monitoramento de ativistas. Critica-se os EUA pela espionagem em massa, mas se esquece que aqui no Brasil há problemas similares – não que os EUA não mereçam críticas, ok?
O Marco Civil atual cria mecanismos para facilitar a espionagem de ativistas e para calar posts com caráter de denúncia. Às portas da Copa do Mundo, é um modo eficaz de calar aqueles que não concordam com os meios adotados para a realização do evento.
Não bastando, há outro documento, a Lei Geral da Copa (2.330/11), merecidamente apelidado como Ato Institucional da Copa, que prevê a proibição de greves durante o evento, bem como a institucionalização do crime de “terrorismo”.
Imagine só a seguinte tríade, que bela receita: tem-se o Marco Civil que regulamente e amplia a vigilância do cidadão + o AI 5 da Copa + as Forças Armadas monitorando tudo… Imagine no que vai dar.
Ignorar que o Brasil corre um sério risco de sofrer vários atentados a sua existência, enquanto Estado Democrático de Direito, é um erro gravíssimo. E o pagamento por esse erro é iminente.
Concordo plenamente com o autor, é um risco a democracia do país.
“É preocupante a situação. O argumento do governo foi de fazer economia, e que ia oferecer segurança equipando as escolas, investindo em monitoramento eletrônico, mas até agora nada. E só na capital já foram registrados, conforme a imprensa, mais de uma dezena de assaltos”, afirma Padre Ton.