Filtro anti punheta é pior do que você imagina

jan 16, 2017 | Artigos e Publicações, Notícias | 1 Comentário

Imagine a cena. Você está navegando na internet, talvez procurando por receitas de bolo ou assistindo vídeos de gatinhos. Então o telefone toca. É o seu provedor de serviços de Internet. Na verdade, é uma atendente  de telemarketing, contratada em nome de seu provedor; Vamos chamá-la de Judite. Judite está ligando porque, graças ao ‘filtro pornográfico’ do deputado Marcelo Aguiar, você agora tem uma ’escolha inevitável’, como um dos 120 milhões de brasileiros com uma conexão de banda larga, sobre se deseja visualizar determinado conteúdo. Judite quer saber: “Você quer ver pornografia?”

E quanto a informações sobre drogas ilegais? Ou homossexualidade ou aborto? “Sua chamada está sendo gravada para fins de treinamento e monitoramento”. E material obsceno? Você gostaria de ter acesso a esse conteúdo? Fale, Judite quer saber!

O projeto de filtro de Internet, que está sendo discutido na Câmara dos Deputados, vai bloquear muito mais do que imagens pornográficas. Essa sempre foi a intenção, e uma pesquisa sobre a aplicação desses filtros em outros países deixa claro que a censura pela Internet é ainda mais assustadora do que defensores da Internet tinham receio.

Em nome de proteger as crianças dos males da masturbação, um precedente grave está sendo definido para o controle estatal dos direitos digitais. Quando tais filtros entraram em vigor em países como Inglaterra, descobriu-se que sites não-pornográficos de ‘gays e lésbicas’ e ‘educação sexual’ foram também bloqueados. A Internet é um salva-vidas para jovens LGBT à procura de informações e apoio – e os pais são agora capazes de impedi-los de encontrar esse apoio com o clique de um mouse.

Controle sexual e controle social geralmente andam lado a lado. Sites que se tornaram inacessíveis quando tais sistemas de filtragem foram aplicados incluíram linhas de apoio como Childline e NSPCC, veículos contra a violência doméstica e serviços de prevenção ao suicídio – um pai inescrupuloso ou um marido abusivo teriam a capacidade de bloquear tais sites e dificultar que algo fosse feito contra si.

O dono da TalkTalk, um dos maiores provedores de Internet da Grã-Bretanha, afirmou que a Internet não tem “estrutura social ou moral” . Bem, uma biblioteca tampouco. Ninguém pensaria em insistir que, em um local qualquer de troca de livros, fossem implementados ’robôs de moralidade’ para proteger crianças de descobrirem algo que seus pais talvez não queiram ver. Online, é simplesmente isso o que está acontecendo, exceto que, neste caso, cada pessoa que usa a Internet está sendo tratada como uma criança.

O filtro pornográfico parece mais uma forma conveniente de bloquear um monte de conteúdo que o governo não quer que seus cidadãos vejam, sem nenhuma consulta pública, do que a alegada tentativa de proteger as crianças. A questão de quem deve ter permissão para acessar que tipo informações se tornou um debate cultural definidor da nossa Era. Seguindo as revelações de Edward Snowden, essa pergunta será feita a todos nós, e neste contexto devemos entender as tentativas de qualquer Estado de impor bloqueios e filtros em conteúdo online.

As políticas destinadas a controlar pessoas adultas têm sido implementadas em nome da proteção das crianças, mas se queremos realmente dar às crianças a melhor oportunidade, podemos começar por negar às empresas privadas e aos políticos o poder de determinar detalhadamente o que podemos e o que não podemos acessar. Acesso instantâneo ao conteúdo de séculos de informação e aprendizagem é algo sem paralelos na história da civilização humana. Pelo bem das gerações futuras, devemos proteger a Internet.

via GIPHY

Adaptado de Internet porn filter is the start of censorship creep 

1 Comentário

  1. Jori Rockas

    Oi
    Tenho 60 anos e bato punheta desde os 13 eu acho, porque amigos me ensinaram como é! Daí nunca mais larguei isso! Aos 40 e pouco parei de sentir prazer ao gozar, e nem sabia porque, depois que já havia feito uma circuncisão, por achar quw isso não faz mais diferença, descobri no ano seguinte que estou com diabetes, e que por isso o prazer é menpr. Mas não me errependo, gosei do meu pau depois da cirurgia, porque pegar nele é diferente!
    Vou bater uma num cine porno, nao tenho mais vergonha de ser pego ou visto. As vezes tem gente ficando olhando, eu deixo numa boa,porque sei que estão gostando do que estão venso…..É isso!

    Responder

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