Depois de uma batalha jurídica que durou seis anos, a empresa por trás do serviço Grooveshark – que oferecia streaming de músicas gratuito – resolveu ceder às pressões das gravadoras Warner, Sony e Universal, fechando um acordo que determinou o desligamento do serviço, a entrega de toda sua “propriedade intelectual” e um humilhante pedido de desculpas à indústria musical. Sobrou apenas uma carta escrita pelos fundadores da empresa (Escape Media Group Inc) na página inicial do site.

Na quinta-feira passada, o juiz Thomas Griesa já havia definido em ordem judicial que as pessoas juradas poderiam atribuir no máximo 150.000 dólares por música como multa. Caso a decisão fosse pelo valor máximo, os membros fundadores do Grooveshark, Sam Tarantino e Joshua Greenberg, seriam obrigados a pagar mais de 730  milhões de dólares pelos “danos” causados. O caso já estava legalmente encaminhado para sua conclusão, restando apenas o estabelecimento dos valores a serem pagos pela empresa. O serviço oferecido já havia sido julgado como uma violação de direitos autorais “intencional” e “de má fé”.

Nos documentos do caso, o Grooveshark foi citado como descendente direto de serviços como Grokster, Limewire e Napster, todos igualmente sufocados até a morte pela indústria musical. Sam e Joshua não terão de pagar nada às gravadoras enquanto o acordo selado não for violado – o que poderia resultar em uma multa de 75 milhões de dólares.

Confira a carta que os dois fundadores do Grooveshark foram forçados a escrever e que se encontra na página inicial do site:
“Caros fãs de música,
Estamos fechando hoje o Grooveshark.

Nós começamos quase dez anos atrás com o intuito de ajudar fãs a compartilhar e descobrir música. Mas, apesar de nossas melhores intenções, cometemos erros graves. Nós falhamos ao não garantir as licenças de quem detinha direitos sobre a enorme quantidade de música em nosso serviço.

Isso foi errado. Pedimos desculpas, sem qualquer “porém”.

Como parte de um acordo com as grandes gravadoras, concordamos em cessar nossas operações imediatamente, apagar todas as obras em nosso site cujo copyright pertence a elas, e entregar a posse sobre este site, nossos aplicativos para telefonia móvel e nossa propriedade intelectual, incluindo nossas patentes e direitos autorais.

Na época de nosso lançamento, alguns serviços de música forneciam a experiência que queríamos oferecer – e que achamos que vocês merecem. Felizmente, esse não é mais o caso. Atualmente, existem centenas de serviços acessíveis e voltados para fãs dentre os quais é possível escolher, incluindo Spotify, Deezer, Google Play, Beats Music, Rhapsody e Rdio.

Se você ama a música e respeita artistas, compositores e todas as outras pessoas que tornam a música possível, use um serviço licenciado que compense artistas e quem quer que detenha os direitos autorais. Você pode encontrar mais sobre alguns dos diversos ótimos serviços disponíveis onde você reside aqui: http://whymusicmatters.com/find-music.

Foi um privilégio conhecer tantos de vocês e curtir uma boa música. Agradecemos por serem fãs tão apaixonados”.

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ATUALIZAÇÃO:

Uma pessoa anônima, que responde pelo nome “Shark”, diz ter recuperado 90% do acervo do Grooveshark e continua trabalhando para obter o resto, segundo relato de um colunista do blog BGR. Shark afirma ter iniciado o backup quando suspeitou que o site fosse ser retirado do ar – o que aconteceu alguns dias depois. Afirma também que está reunindo uma equipe para trazer toda a interface e as funcionalidades do antigo Grooveshark de volta, incluindo playlists, e não apenas  o acervo musical. O trabalho se encontra em: http://grooveshark.io/