Assange: “Equador deve se orgulhar por ter salvo a vida de Snowden”

jun 21, 2014 | Notícias | 0 Comentários

“O Equador pode ficar orgulhoso de ter salvo o ex-analista de segurança norte-americana Edward Snowden”, assegurou o fundador do Wikileaks, Julian Assange, em entrevista divulgada nesta sexta-feira (20).

 

Stefan Wermuth / Reuters

Julian Assanges está há dois anos abrigado na emabaixada do Equador, em Londres. Julian Assanges está há dois anos abrigado na emabaixada do Equador, em Londres.

Ao se referir a um salvo-conduto emitido a partir da Embaixada de Quito em Londres, Assange afirmou que se não se tivesse expedido o documento, Snowden estaria morto ou em uma prisão dos Estados Unidos, e não contando ao mundo como 98% das comunicações da América Latina são interceptadas.

Em entrevista ao diário El Telégrafo, o líder do Wikileaks ressaltou o significado das informações dadas ao conhecimento do mundo pelo ex-analista da Agência de Segurança Nacional norte-americana, que encontra-se neste momento exilado na Rússia.

“As revelações são uma importante contribuição à soberania de todos os Estados latino-americanos, incluído o Equador. Estas não só mostraram que os Estados Unidos dirigia uma estação de interceptação em massa no Equador, mas que interceptava 98% das comunicações da América Latina com o mundo”, informou.

Sobre o exílio de Snowden em Moscou, que deve expirar em setembro próximo, considerou difícil adiantar se esse governo o renovará, mas informou que na semana passada criou a fundação Coragem para promover a reativação.

Assange fez estas declarações a partir da Embaixada equatoriana em Londres, onde permanece há dois anos já que o Reino Unido lhe nega um salvo-conduto para viajar a esta capital e desfrutar do exílio outorgado pelo governo de Rafael Correa.

O informático australiano é perseguido pelo governo norte-americano, pois em 2010 Wikileaks revelou centenas de milhares de correspondências diplomáticas confidenciais e documentos oficiais que põem em evidência irregularidades e violações cometidas por Washington em questões como as guerras no Iraque e Afeganistão.

Nesse momento, na Suécia, acusam-no de supostos delitos sexuais e pedem ao Reino Unido sua extradição, o que se considera uma estratégia para depois entregá-lo às autoridades estadunidenses.

Sobre sua situação, Assange manifestou que a Suécia poderia reconhecer seu exílio e se comprometer em protegê-lo das investigações norte-americanas, como também poderia aceitar o convite do Equador para interrogá-lo via telefônica, como fazem em outros casos.

No entanto, as autoridades de Estocolmo não tomam nenhuma dessas ações, deixando o caso paralisado. Também se referiu ao bloqueio bancário mantido pelos Estados Unidos contra sua pessoa e Wikileaks, que está fora de qualquer processo judicial ou administrativo.

Assange indicou que os grandes bancos e instituições financeiras, incluídos Visa, Mastercard, PayPal e Bank of America, estão sob a pressão não oficial de Washington e negam seus serviços ao Wikileaks. Como medida alternativa a entidade tem conseguido organizar formas de doar dinheiro mediante um canal alternativo denominado “via proxy”, que ainda não está fechado.

Fonte: Prensa Latina

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